
Por Ana Lucia Venerando
Rodado em preto e branco e com uma linda fotografia, A Fita Branca (2009), é um daqueles filmes que incomodam. No bom sentido. Uma obra-prima do diretor austríaco Michael Haneke, o mesmo de Violência Gratuita (2007).
A história começa com a narração de um professor, lembrando os estranhos eventos que abalaram o pacato vilarejo de Eichwald, na Alemanha de 1914. A partir de um acidente com o médico da região, o espectador passará a ser testemunha das atrocidades cometidas por uma comunidade repressora, cruel e manipuladora, tendo como protagonistas as crianças de Eichwald.
A primeira impressão é que Haneke quer trazer em discussão o papel da sociedade alemã. Principalmente a patriarcal, que gerou fortes sentimentos de indiferença, violência e desprezo entre a geração de jovens do início do século XX, a mesma que abraçou a filosofia nazista de Hitler.
Vencedor do Palma de Ouro, o filme não pode ser visto somente sob esta ótica. Na verdade, a sua narração nos faz pensar como o autoritarismo e a intolerância podem se transformar em uma perigosa ideologia.
FICHA TÉCNICA
Diretor: Michael Haneke
Elenco: Christian Friedel, Ernst Jacobi, Leonie Benesch, Ulrich Tukur, Ursina Lardi, Burghart Klaußner, Steffi Kühnert, Josef Bierbichler
Produção: Michael Katz
Roteiro: Michael Haneke
Fotografia: Christian Berger
Duração: 2h40.
Ano: 2009
País: Alemanha/Áustria/França/Itália
Gênero: Drama
Cor: Preto e Branco
Distribuidora: Imovision
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