Henry
David Thoreau, A Desobediência Civil

O enredo
tem como figura focal um deputado de esquerda, interpretado por Yves Montand, que
vai fazer um comício – e esbarra em diversos obstáculos colocados pela direita,
aqui representada principalmente pelos militares. E acontece o inevitável: enquanto
o exército assiste passivamente, ele é atacado por manifestantes pagos pela
repressão, e o filme passa a girar em torno das mil e uma maneiras pelas quais
tenta-se acobertar a manobra. Resta a um procurador (vivido por Jean-Louis
Trintignant) tentar encontrar o fio da meada.
Baseado
no livro de Vassilis Vassilikos, o filme ficionalizou os acontecimentos em
torno da morte do político grego Grigoris Lambrakis, em 1963, e chegou em um
momento delicado: quando Z foi lançado, a Grécia já vivia em regime ditatorial.
A
vontade de colocar o dedo na ferida é uma constante na cinebiografia de
Costa-Gravas. Um ano após Z viria A Confissão (L’Aveau, 1970), focado nas
ditaduras do Leste Europeu; Estado de Sítio (État de Siège, 1972), que trata da repressão na América Latina – no caso,
Uruguai; e Desaparecido: Um Grande Mistério (Missing, 1982), novamente no Cone
Sul, desta vez abordando os desaparecidos do regime de Augusto Pinochet no
Chile.
Ficha
técnica:
Título
original: Z
Ano:
1969
Diretor:
Costa-Gravas
Elenco:
Yves Montand (Z), Irene Papas (Hélène), Jean-Louis Trintignant (promotor),
Jacques Perrin (fotógrafo).
Duração:
127 minutos