Por Sérgio Siscaro
Após quarenta anos de continuidade, a franquia 007 resolveu se reinventar no cinema. No lugar de novamente trocar o rosto do agente de Sua Majestade, James Bond, os novos produtores fizeram um reboot: começamos do zero, com o espião britânico iniciando suas missões como o espião com licença para matar. E, para tanto, nada mais natural que começar com o primeiro livro de Ian Fleming sobre Bond: Cassino Royale.
A história, lançada em abril de 1953 (sim, fez 60 anos!), não teve nenhuma versão na "cronologia oficial" dos 20 filmes feitos para o cinema. Mesmo assim, recebeu duas versões: uma para a TV norte-americana, na década de 1950; e outra, paródica, com David Niven e Woody Allen.
O novo filme conseguiu injetar ânimo na franquia 007? Sim e não. Por um lado trouxe um lado pé-no-chão (apesar dos feitos impossíveis) para o universo bondiano, aproximando-o de filmes de pancadaria mais recente, como os da série Bourne. Por outro, apenas roçou na mitologia de 007 - que, com seus vilões absurdos, traquitanas improváveis e bond-girls às pencas, caracterizavam os filmes de Bond como... filmes de Bond! Essa escolha ficou mais nítida ainda no segundo filme (em breve sairá essa resenha).
Façam suas apostas...

Bond-girl? Bom, se é um filme de "origem secreta" do super-agente britânico, talvez a escolha por apenas um interesse, digamos, romântico, se justifica. E terá graves repercussões no restante da franquia.
Um bom filme de ação; se por um lado o ator Daniel Craig não tem muito a ver com um Bond novato (seria talvez uma versão mais outonal no agente), por outro não constrange. Mas a trama poderia ser mais 007...
Título original: Casino Royale
Ano: 2006
Direção: Martin Campbell
Elenco: Daniel Craig (James Bond), Eva Green (Vesper Lynd), Mads Mikkelsen (Le Chiffre), Judi Dench (M), Jeffrey Wright (Felix Leiter), Giancarlo Giannini (Rene Mathis)
Duração: 2h24min