Por Sérgio Siscaro
Continuações podem ser uma praga. Na verdade, geralmente são. Significam uma falta de ideias por parte dos estúdios, a vontade de arrecadar mais dinheiro em cima de bilheterias bem-sucedidas, e acabam diluindo o filme original. Foi tendo isso em mente que a continuação da franquia de terror Pânico, lançada em 1997, usou essas expectativas para jogar com os espectadores.
Logo no início do filme, que dá sequência aos violentos ataques do assassino serial Ghostface, uma turma universitária discute o mérito (ou falta dele) das continuações. Claro que os exemplos clássicos de sequências bem-sucedidas foram citados – O Poderoso Chefão 2 (The Godfather 2, 1974) e O Império Contra-Ataca (The Empire Strikes Back). E mesmo casos que já foram vistos de forma mais positiva, como Aliens, de 1986 (que estragou o clima de terror de Alien com toneladas de ação) e O Exterminador do Futuro 2 (Terminator 2: Judgement Day, 1991).
Voltando a Pânico 2. O diretor Wes Craven usa conscientemente os dados que os espectadores têm (e os personagens), a respeito do que aconteceu no filme anterior, para redirecionar a trama e apresentar um final surpreendente. E mostra a ação do tempo sobre os personagens - o que inclui desde a chegada de uma repórter arrivista disputando os holofotes com a sensacionalista Gale Weathers, até os temores de que a história sempre se repete.
Assim como no primeiro filme, a sequência inicial traz um assassinato cruel - mas, desta vez, ele acontece como decorrência direta dos acontecimentos anteriores, já que ocorre na pré-estreia do filme Stab - que seria a versão fictícia de Pânico em seu universo que já é fictício! Metaficção no cinema slasher? Pode apostar!
Ficha técnica
Título original: Scream 2
Ano: 1997
Diretor: Wes Craven
Elenco: Neve Campbell (Sidney Prescott), Courteney Cox (Gale Weathers), David Arquette (Dewey Riley), Jamie Kennedy (Randy Meeks) e Liev Schreiber (Cotton)
Duração: 120 minutos
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