
Por Sérgio Siscaro
Em tempos de fanatismo religioso, como o que recentemente motivou os assassinatos na Noruega, é sempre bom dar uma conferida no que a sétima arte tem a dizer sobre o assunto. Um exemplo recente, mas que passou batido aqui no Brasil, é o filme espanhol (mas falado em inglês) Alexandria (Agora/2009). Estrelado por Rachel Weisz (de O Jardineiro Fiel e Constantine), a trama conta a história real de Hipatia, filósofa da Antiguidade que buscava entender os movimentos planetários na mítica Biblioteca de Alexandria, no Egito - então província do Império Romano.
Em tempos de fanatismo religioso, como o que recentemente motivou os assassinatos na Noruega, é sempre bom dar uma conferida no que a sétima arte tem a dizer sobre o assunto. Um exemplo recente, mas que passou batido aqui no Brasil, é o filme espanhol (mas falado em inglês) Alexandria (Agora/2009). Estrelado por Rachel Weisz (de O Jardineiro Fiel e Constantine), a trama conta a história real de Hipatia, filósofa da Antiguidade que buscava entender os movimentos planetários na mítica Biblioteca de Alexandria, no Egito - então província do Império Romano.
O eixo principal do filme é o conflito entre a ignorância dos fanáticos – no caso, os cristãos, recentemente colocados em posição de destaque no Império Romano após a conversão de Constantino – e as tentativas de se fazer algo parecido com ciência naqueles tempos remotos. A história, claro, seguiu o curso que se espera quando se lida com paixões tão básicas do ser humano: Hipatia foi morta a mando do bispo Cirilo. Ela foi esquecida por séculos; ele virou santo da Igreja Católica.


A produção tenta se manter longe das convenções típicas do cinema norte-americano – mesmo tendo uma certa "história de amor não-correspondido" correndo de forma paralela. No geral, esse objetivo é bem-sucedido, e faz da obra uma pequena joia escondida. Uma sacada bem interessante é a contraposição dos massacres, mortes e misérias humanos com imagens da Terra no espaço – que têm a ver com a busca de Hipatia pelo mecanismo de movimentos celestes, e também coloca em perspectiva todas as grandes ideias, causas e dores da humanidade, tão pequena na infinidade do cosmos.


Ficha técnica
Título original: Agora
Ano de produção: 2009
Direção: Alejandro Amenábar
Elenco: Rachel Weisz (Hipatia), Max Minghella (Davus), Oscar Isaac (Orestes), Ashraf Barhom (Ammonius), Michael Lonsdale (Theon), Rupert Evans (Synesius).